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8 de novembro de 2011

Levo minha vida assim

Levo minha vida assim     
Do meu jeito simples
Gosto de ficar na janela
Dela observo o cajueiro
E os pombos que sobrevoam o meu quintal
E ainda pela mesma janela sinto o vento suave entrar no meu quarto e me abraçar afetuosamente

Levo minha vida assim
Mesmo no corre-corre
Dou meu jeito de ser eu
Arrumo um tempo pra mim
E num fim de tarde qualquer
Faço-o deixar de ser apenas mais um
Corro para o mar
E de lá vou me despedir do sol
Do sol que se põe
Levo minha vida assim
De um jeito bem meu
Gosto do outro e dos outros
Que estão perto de mim
Amigos bons, bons amigos
Jóias raras essenciais
Um abraço apertado
Um ouvido atento
Um olhar dedicado

Levo minha vida assim
Feliz com o que tenho
Sonho acordado
Acredito no poder de Deus
E na capacidade da boa vontade
Acredito também que o bem sempre vencerá o mal
Sigo perdoando as ofensas
E tento me redimir dos meus deslizes

Quando menino ao tentar dar meus primeiros passos, caí
E mesmo hoje sendo homem feito, ainda me vejo algumas vezes estendido ao chão
Não tenho medo de altura, nem medo da queda
Vim ao mundo para ser humano e cair é parte dessa verdade
No entanto, nenhum de nós veio ao mundo para permanecermos na lona
Nada mais saboroso que um recomeço

Pés no chão em contato com a realidade
Olhos focados no alto
Força no corpo que se ergue e logo se faz ereto outra vez

Em pé mais uma vez
Olhando para além do horizonte
Trilho o meu caminho
O caminho que desenhei para mim

Levo minha vida assim
De um jeito bem meu
A felicidade mora comigo e isso agradeço a Deus
Olhos atentos
Olhos da alma
Admiro o horizonte da minha janela
E logo mergulho no infinito mar