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2 de março de 2015

Eu e a saudade

Preciso confessar, algumas vezes enquanto caminhava, me perdi pelo caminho; 
Senti medo, frio e aquela angustia peculiar que nos aperta o estômago...
Você compreende quando falo daqueles momentos, onde a única certeza que temos é a de que nada sabemos?
Nessas horas precisei abraçar o silêncio e ouvir alguma melodia delicada que me acalmasse, ao menos por algum mísero instante;
Por muitas vezes respirei fundo, enquanto lágrimas molhavam meu rosto...
Sentir saudades de alguém, não é algo muito bom, menos ainda quando nos convencemos de que o não encontro é a melhor de todas as escolhas;
Hoje me perguntei se por acaso não estaria eu sendo o cara mais covarde, covarde comigo mesmo e com os meus sentimentos: "Por quais motivos você fica aí parado? Você ainda ama? E não vai contar do seu sentimento?!"
Desculpe, é que em tempos de saudades nos tornamos mais vulneráveis e costumamos recorrer ao "se eu tivesse feito assim";
Sei que o "respirar fundo" já apareceu neste texto, mas não vejo outro modo de expressar-me hoje... E por pretexto, respirei fundo;
Hoje acordei bem mais cedo que o de costume;
Procurei por alguém que "deveria" estar ao meu lado, na mesma cama... Apenas procurei e me lembrei;
Procurei por alguém que nos últimos cinco anos andou acordando comigo;
Hoje o tempo estava meio nublado e o silêncio do meu dia, abraçou a saudade que habitava em mim...
Não tive forças pra sair da cama, nem me esforcei pra isso;
Olhei para o telefone e esperei ouvir a voz que me dissesse: "Oi. Bom dia... Você está bem?! Ainda está deitado? Vamos sair pra almoçar fora hoje...?"
Eis que nesse diálogo, entre a saudade e eu, o passar das horas tornou-se imperceptível;
Pisquei os olhos e já passavam das 12 horas; nem o dia era mais inteiro, tudo era metade...
Sai da cama e preparei aquele café e o café me falou do quanto eu não era covarde;
Chorei diante da realidade, pensei na possibilidade de telefonar pra algum amigo e decidi me consolar sozinho... Voltei pra cama e escrevi algo parecido com o que você acabou de ler, um diálogo entre eu e a saudade...

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