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23 de março de 2015

Poesia de Apartamento


Era uma segunda-feira
O sol não se esforçava em sair de trás das nuvens
A cidade amanhecia preguiçosa, enquanto muitos caminhavam só por obediência as regras impostas pelo tempo
Os ponteiros do relógio, não deixava ninguém perder 'as horas':
Hora de levantar! Hora de tomar banho! Hora do café! Hora de pegar o ônibus! Hora disso e hora daquilo!

Mas ele resistia, acordava em seu próprio tempo
Tudo em seu interior era serenidade
Ele não tinha presa
E fazia oposição as ordens dos ponteiros de forma leve e prazerosa
Ele não corria junto ao tempo que ia



Nesse ritmo conflituoso
Entre as demandas do dia
E a calma da alma
Canções o despertavam
Com afago, começava a semana

Em meio as melodias, ele se colocava de pé
Sentado na beira da cama
Sorria em gratidão
Firmava seus pés descalços no chão frio
Enquanto olhava ao redor, a casa que chamava de sua

Caminhando até a sala, abria as janelas da casa
Lá fora, ainda parecia bem cedo
Esquentava um leite no fogão
Enquanto num caderno, começava a escrever
O texto que você agora lê



Entre a melodia e a poesia
Habita o prazer das nossas vivências
Quem por acaso, pensa que em nosso cotidiano
Não há encanto
Engana-se...

Abra os olhos para o que já existe
Firmando os pés no chão
Perceba onde você está
Nem no passado, nem no futuro
O melhor do tempo, é o seu presente

Que tal uma xícara de leite quente, com chocolate, café e canela?





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