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20 de março de 2015

Seis Quatro Três / Um

É madrugada
E o silêncio da cidade, parece compreender minha saudade de você
Com os pés descalços, sinto o frio do chão
As lâmpadas da casa estão todas acesas
Acesas como as minhas memórias de você
É fato que não consegui te esquecer

Na sala, todos os livros reunidos observam atentamente enquanto escrevo
Tudo nesta casa, pareceu parado no tempo
Há um tempo atrás, a casa chorava comigo
Eis que aos poucos, fomos nos consolando
A casa, eu, os livros, as xícaras e os incensos
No início, não compreendíamos o fim

Fizemos segredo do nosso choro e da nossa dor, quando você se foi



Por muito tempo, esperamos você chegar
Sempre que a tarde caia, não demorava muito e você chegava para o jantar
Demorou, até que num certo momento, percebemos que a nossa rotina era uma outra
E aos poucos, fomos percebendo e preenchendo o vazio que você deixou

Estendemos um tapete na sala
Além dos livros, trouxemos vasos e flores para as estantes
No terraço, outras plantas pra cuidar
E nas xícaras, mais chás, café e leite

Entre um brinde e outro, o vinho me lembrava você




No sofá, as mesmas pessoas de sempre
As mesmas que nos acompanharam desde o começo de tudo
Minha família e os nossos amigos

E hoje, confesso que desisti de te esquecer
Lembro quando vem
Sigo de uma forma ou de outra

Não é possível esquecer, que um dia houve amor